sexta-feira, 22 de abril de 2016

MISSAS SACRÍLEGAS - Por Santo Afonso Maria de Ligório


A MISSA SACRÍLEGA









Santo Afonso Maria de Ligório

(27/09/1696 - 02/08/1787)

Bispo de Santa Àgata

Confessor

Doutor Zelosíssimo da Igreja

Fundador dos Missionários Redentor
istas 






I

Pureza exigida no padre para celebrar dignamente


Lê-se no Concílio de Trento: Devemos reconhecer que entre todas as obras, ao alcance dos fiéis, nenhuma há mais santa que este mistério terrível 465. Nem o próprio Deus pode fazer que haja no mundo uma ação maior e mais santa que a celebração duma missa. Ó, quanto mais excelente que todos os sacrifícios antigos o sacrifício dos nossos altares, em que a vítima oferecida não é já um touro ou um cordeiro, mas o próprio Filho de Deus!
Para a vítima, o judeu tinha um boi, escreve S. Pedro de Cluny; o cristão tem Jesus Cristo; tanto este último sacrifício excede o primeiro, como Jesus Cristo excede a um boi. Depois ajunta que uma vítima servil era a única que convinha a servos, ao passo que aos amigos e aos filhos estava reservado o próprio Jesus Cristo, como vítima que nos libertou do pecado e da morte eterna. Tem pois razão S. Lourenço Justiniano em dizer que não há oferenda nem maior em si mesma, nem mais útil aos homens, nem mais agradável a Deus, que a que se faz no sacrifício da missa.
Assim, S. João Crisóstomo assegura que, durante a celebração da missa, está o altar cercado de anjos, reunidos para honrarem a Jesus Cristo, que é a Vítima oferecida neste augusto sacrifício. Que fiel poderá duvidar, pergunta por sua vez S. Gregório, que no momento do sacrifício o Céu se não abra à voz do padre e numerosos coros de anjos não estejam presentes a este mistério em que Jesus Cristo se imola? E Sto. Agostinho acrescenta que os anjos se conchegam a rodear o sacerdote como servos, para o ajudarem nas suas funções.
Falando deste grande sacrifício do Corpo e Sangue de Jesus Cristo, o Concílio de Trento nos ensina que é o próprio Salvador que aí se oferece a seu Pai, mas pelas mãos do sacerdote, que escolheu para seu ministro, encarregado de o representar ao altar. E S. Cipriano tinha dito antes: O padre ao altar ocupa o lugar de Jesus Cristo. É por isso que, ao consagrar, o padre se exprime assim: Isto é o meu corpo; este é o cálice do meu sangue. E o próprio Jesus Cristo disse a seus discípulos: Quem vos ouve, a mim ouve; quem vos despreza, a mim desprezas.
Ora, mesmo aos antigos Levitas exigia o Senhor que fossem puros, só porque tinham por dever transportar os vasos sagrados: Purificai-vos, vós que levais os vasos do Senhor. Sobre o que Pedro de Blois faz esta reflexão: Quanto mais puros devem ser os que trazem Jesus Cristo nas suas mãos e nos seus corações?475 E com quanta mais razão exigirá o Senhor a pureza dos padres da Lei nova, encarregados de representar ao altar a pessoa de Jesus Cristo, para oferecerem ao Padre eterno o seu próprio Filho! Tem pois justo motivo o Concílio de Trento, para querer que os padres celebrem este augusto sacrifício com a máxima pureza de consciência possível. E é o que significa, nota o abade Rupert, a brancura da alba, de que a Igreja quer que o sacerdote se revista e cubra da cabeça aos pés, quando celebrar os divinos mistérios. É muito justo que o sacerdote honre a Deus com a inocência da sua vida, visto que Deus tanto o há honrado, elevando-o acima de todos os outros homens, e fazendo-o ministro seu, neste mistério sublime, como dizia S. Francisco de Assis478. Mas como deve o padre honrar a Deus? Será porventura trajando ricos vestidos, anafando a cabeleira com arte, ostentando punhos elegantes? Não, responde S. Bernardo, é por uma vida irrepreensível, pelo estudo das ciências sagradas, e pelos trabalhos que empreender para glória de Deus.



II

Quanto é enorme o crime do padre
que celebra em estado de pecado mortal


Que faz então o padre que celebra, em pecado mortal? Acaso honra ele a Deus? Ai, muito ao contrário! Comete contra ele o maior ultraje de que é capaz; despreza-o na sua própria pessoa, porque pelo sacrilégio parece fazer quanto de si depende para manchar o Cordeiro imaculado, que oferece sob as espécies sacramentais! Eis o que diz o Senhor: Escutai, ó sacerdotes que desprezais o meu nome... Ofereceis sobre o meu altar um pão manchado e dizeis: Em que é que te desonramos?480 S. Jerônimo comenta assim esta passagem: Manchamos o pão, isto é, o corpo de Cristo, quando nos aproximamos indignamente do altar.
Não podia Deus elevar um homem a uma dignidade mais sublime, que à dignidade sacerdotal. Que escolha teve de fazer o Senhor para formar um padre! Primeiro, teve de escolhê-lo na multidão inumerável das criaturas possíveis; depois teve de separá-lo de tantos milhões de pagãos e hereges; e por último teve de tirá-lo do meio de tantos simples fiéis. Depois disto, que poder lhe não foi dado! Se Deus tivesse concedido a um só homem o poder de fazer descer à terra por suas palavras o próprio Jesus Cristo, quanto não estaria obrigado para com o Senhor esse homem tão privilegiado, e quantas ações de graças não teria de lhe render! Pois bem, esse poder concede-o Deus a cada um dos padres. Nada importa que o mesmo poder tenha sido confiado a muitos: o número dos padres, nem apouca a sua dignidade, nem diminui as suas obrigações. Mas, grande Deus! Que faz um padre que ousa celebrar com o pecado na sua alma? Desonra-nos, despreza-vos, declarando por isso mesmo que este sacrifício não é tão digno dos nossos respeitos, que devamos temer profaná-lo por um sacrilégio! Aproximar-se alguém do altar, sem o respeito que lhe é devido, diz S. Cirilo de Alexandria, é mostrar que o julga digno de desprezo.
A mão que toca a carne sagrada de Jesus Cristo, a língua que se tinge do sangue divino, diz S. João Crisóstomo, deveriam ser mais puras que os raios do sol. Noutro lugar, ajunta que um padre que sobe ao altar deveria ser bastante puro e santo para merecer um lugar entre os anjos. Que horror pois para os anjos verem um padre, inimigo de Deus, levar uma mão sacrílega para o Cordeiro sem mancha, e fazê-lo seu alimento! Onde se encontraria um homem tão ímpio, exclama Sto. Agostinho, que ousasse tocar o Santíssimo com as mãos enlameadas?485 Muito pior faz o padre que celebra missa com a consciência manchada. Deus então desvia os olhos, para não ver um atentado tão horrível: Quando estenderdes as vossas mãos, afastarei de vós os meus olhos. E, para exprimir o desgosto que lhe causam esses padres sacrílegos, declara que lhes dá de atirar à cara a imundícia dos seus sacrifícios. Como ensina o Concílio de Trento, é verdade que o santo sacrifício não pode ser manchado pela malícia do padre. No entanto os sacerdotes, que celebram em estado de pecado mortal, não deixam de profanar, quanto podem, este adorável mistério; por isso declara Deus que as manchas deles o atingem dalgum modo.
Ai, Senhor, exclama S. Bernardo, como é possível que os chefes da vossa Igreja sejam os primeiros a perseguir-vos? É bem verdade, segundo S. Cipriano, que o padre, que celebra em estado de pecado mortal, ultraja com a sua boca e com as suas mãos o próprio corpo de Jesus Cristo. Pedro Comestor ajunta que, quando um padre fora da graça de Deus pronuncia as palavras da consagração, escarra por assim dizer no rosto de Jesus Cristo, e quando recebe na sua boca indigna o corpo adorável do Salvador, é como se o lançasse na lama. Mas, que digo, na lama? O padre no estado do pecado é pior que a lama: a lama, diz Teofilato, é muito menos indigna de receber essa carne divina, do que um padre sacrílego. Segundo S. Vicente Ferrer, esse miserável comete então muito maior crime do que se atirasse o Santíssima a uma sentina. E tal é também o sentir de S. Tomás de Vilanova: Que abominação, exclamava ele, derramar o sangue de Cristo na sentina infecta do seu coração!495
O pecado do padre é sempre gravíssimo, em razão da injúria que ele faz a Deus, que se dignou escolhê-lo para seu ministro e cumulá-lo de tantas graças. Observa S. Pedro Damião que uma coisa é transgredir as leis do príncipe, e outra feri-lo com as suas próprias mãos, como faz o padre, quando celebra em estado de pecado mortal. Tal foi o crime dos judeus que ousaram levantar as mãos contra a pessoa de Jesus Cristo; mas, segundo Sto. Agostinho, o pecado dos sacerdotes que celebram indignamente é muito mais grave ainda.
Os judeus não conheciam o Redentor como o conhecem os padres. E de mais, diz Tertuliano, os judeus só uma vez levantaram as mãos contra Jesus Cristo, ao passo que os padres sacrílegos têm a audácia de renovar com freqüência esta injúria. Notai além disto, como ensinam os doutores, que o sacerdote sacrílego ao celebrar comete quatro pecados mortais: 1.º consagra em estado de pecado; 2.º comunga em estado de pecado; 3.º administra o Sacramento em estado de pecado; 4.º ministrando-o a si próprio, administra-o a um indigno, isto que se encontra em estado de pecado.
Era o que inflamava em zelo S. Jerônimo e o fazia estuar de indignação contra o diácono Sabiniano. Miserável, exclamava! Como não se cobriram de trevas os vossos olhos, como não se vos gelou a língua na boca, como vos atrevestes a assistir no altar em estado de pecado? Dizia S. João Crisóstomo que o padre, que se aproxima do altar com a consciência manchada de falta grave, é muito pior que o demônio. Com efeito, os demônios tremem na presença de Jesus Cristo, como o prova uma passagem que lemos na vida de Santa Teresa. Indo ela um dia comungar, percebeu aos dois lados do padre, que celebrava em pecado, dois demônios, que tremiam à vista do Santíssimo, e pareciam querer fugir. Então, do meio da hóstia consagrada, Jesus dirigiu à Santa estas palavras: “Vê que força têm as palavras da consagração, e vê também, ó Teresa, até onde vai a minha bondade, que, para teu bem e de todos, consinto em me pôr nas mãos do meu inimigo”.
Assim os demônios tremem à vista de Jesus Cristo no Santíssimo Sacramento, ao passo que o padre sacrílego, não só não treme, mas tem a audácia de calcar aos pés, segundo a expressão de S. João Crisóstomo, a própria pessoa do Filho de Deus. Verificam-se então as palavras do Apóstolo: Quanto mais digno de castigo deveis crer aquele que calca aos pés o Filho de Deus, e trata como uma coisa impura o sangue da aliança, pelo qual foi santificado? Em presença pois deste Deus, a cuja vista, diz Jó, tremem as colunas do céu, um verme da terra ousa calcar aos pés o sangue do Filho de Deus!
Mas, ai! Que maior desgraça pode acontecer a um padre, do que mudar a sua salvação em condenação, o sacrifício em sacrilégio, e a sua vida em morte? Sem dúvida foram muito ímpios os judeus, que atravessaram o lado de Jesus Cristo, para dele fazerem sair o seu precioso sangue; mas ainda mais ímpio é o padre, que tira do cálice este mesmo sangue, para o tratar dum modo tão indigno! Tal é o pensamento de Pedro de Blois: = Quam perditus ergo est, qui redemptionem in perditionem, qui sacrificium in sacrilegium, qui vitam convertit in mortem! Verbum beati Heronymi est: “Perfidus Judaeus, perfidus Christianus, ille de latere, iste de calice sanguinem Christi fundit”! (Epist. 123). O próprio Senhor dizia um dia a Santa Brígida, lamentando-se destes padres sacrílegos: Eles me crucificam mais cruelmente do que o fizeram os judeus. O padre que celebra em estado de pecado, diz um autor, chega por assim dizer a matar o próprio Filho de Deus, sob os olhos de seu Pai.
Ó, que horrível traição! Eis como Jesus Cristo se lamenta do padre sacrílego, pela boca de Davi: Se o meu inimigo me tivesse execrado, tê-lo-ia sofrido; mas tu, meu amigo íntimo, e um dos chefes do meu povo, tu que partilhavas das delícias da minha mesa...! Tal é, feição por feição, o padre que diz a missa em pecado mortal: Se o meu inimigo me tivesse ultrajado, diz o Senhor, eu o teria sofrido com menor pena; mas tu, a quem escolhi para meu ministro, para seres o príncipe do meu povo; tu, venderes-me ao demônio por um capricho, por um prazer brutal, por um pouco de lodo!
Foi o que o divino Mestre declarou mais particularmente a Sta. Brígida: Padres tais não são sacerdotes meus, são antes traidores, porque me vendem como Judas. Aos olhos de S. Bernardino de Sena, são estes sacerdotes ainda piores que Judas: com efeito Judas entregou o Salvador aos judeus, mas eles entregam-no aos demônios, lançando-o num lugar submetido ao seu poder, no seio dum padre sacrílego. Pedro Comestor faz esta reflexão: Quando o padre sacrílego sobe ao altar, recita a oração Aufer a nobis, e beija o altar, parece que Jesus Cristo lhe censura o seu crime e lhe diz: Ó Judas! É com um ósculo que me entregas? E, quando depois esse padre estende a mão para comungar, observa S. Gregório, parece-me ouvir o Redentor a dizer como outrora a respeito de Judas: Eis comigo sobre o altar a mão que me entrega! Foi o que fez dizer a Sto. Isidoro de Pelusa que “o padre sacrílego se encontra, como Judas, possesso do demônio”.
Ó, como então o sangue de Jesus Cristo, assim profanado, grita contra este padre indigno, ainda em mais altas vozes que o sangue do inocente Abel contra Caim! Foi o que o Salvador disse a Sta. Brígida. Ó, que horror causa a Deus e aos anjos uma missa celebrada em pecado mortal! Fê-lo o Senhor compreender um dia, em 1688, à sua fiel serva, a irmã Maria Crucificada,de Palma, na Sicília, conforme se lê na sua vida.
Ouviu primeiro o retinir lúgubre duma trombeta, que com o estampido do trovão fazia ouvir, em todo o mundo estas palavras: Ultio, poena, dolor! Viu depois uma multidão de eclesiásticos sacrílegos, cujas vozes confusas formavam uma salmódia discordante. A seguir, um dentre eles se ergueu para dizer missa. Enquanto ele se revestia dos ornamentos sagrados, a igreja se cobriu de trevas e luto. Aproxima-se do altar e diz: Introibo ad altare Dei; neste instante, de novo retine a trombeta e repete: Ultio, poena, dolor! De repente — sinal visível da justa cólera do Senhor contra o ministro indigno, — turbilhões de chamas se elevam e cintilam em volta do altar. Ao mesmo tempo a religiosa distingue uma legião de anjos, armados de espadas ameaçadoras, como para tirarem vingança do sacrilégio que se vai cometer.
Quando o monstro se prepara, para o grande ato da consagração, uma multidão de serpentes saltam do meio das chamas, para o expulsarem do altar, — símbolo dos temores e remorsos da consciência. É em vão, o sacrílego sacrifica todos os remorsos à sua própria reputação. Pronuncia enfim as palavras da consagração; então a serva de Deus observa um tremor universal, que parece abalar o céu, a terra e o inferno.
Depois da consagração a cena muda: Jesus Cristo aparece como um doce cordeiro, que se deixa maltratar entre as garras desse lobo cruel. No momento da comunhão, o céu obscurece-se, e todo se abala de novo, a ponto de parecer que a igreja desaba. Os anjos choram amargamente em redor do altar; mas ainda mais amargas são as lágrimas, que inundam o rosto da Mãe de Deus; geme ela sobre a morte de seu Filho inocente, e sobre a perda dum filho culpado.
Depois duma visão tão terrível, permaneceu a serva de Deus de tal modo aterrada e abatida pela dor, que não pôde fazer outra coisa senão chorar. O autor da sua Vida nota que foi precisamente no mesmo ano de 1688 que se deu o grande terremoto, que tantos estragos fez na cidade de Nápoles e seus contornos, donde se pode concluir que tal castigo foi efeito da celebração desta missa sacrílega.
Haverá no mundo crime mais horrível do que o dessa língua, que faz descer do Céu à terra o Filho de Deus, e ousa depois carregá-lo de ultrajes no mesmo instante em que o chama? Que coisa mais espantosa que ver essas mãos, que se banham no sangue de Jesus Cristo, mancharem-se ao mesmo tempo no sangue impuro do pecado, segundo a expressão de Sto. Agostinho! Pelo menos, exclama S. Bernardo, dirigindo-se ao padre sacrílego, pelo menos, ó miserável, quando quiseres levar as tuas culpas até o extremo, procura outra língua diferente da que se banha com o sangue de Jesus Cristo, e outras mãos que não sejam as que tocam a sua carne sagrada.
Se tais padres, — dispostos a comportar-se como inimigos de Deus, que os elevou a tão altas funções, — se abstivessem ao menos de sacrificar indignamente no altar! Mas não, diz S. Boaventura, para não perderem o salário miserável duma missa, uma vil moeda, ousam cometer um crime tão horrível. Como assim! Para falar segundo a linguagem de Jeremias, pensais então que a carne de Jesus Cristo, que ides oferecer, vos há de livrar das vossas iniquidades? Não; o contato desse corpo adorável, sobre o qual vos atreveis a estender uma mão conspurcada pelo pecado, servira para vos tornar mais culpado ainda e digno de maior castigo. Quando se comete um crime, diz S. Pedro Crisólogo, na presença do próprio juiz, nenhuma desculpa se pode invocar.
Que castigo não merece sobretudo um padre que, em vez de levar consigo ao altar o fogo do amor divino, intromete lá as chamas infectas de afeições impuras! É do que nos adverte S. Pedro Damião, ao considerar o castigo dos filhos de Aarão que no sacrifício se serviram dum fogo estranho. Quem tiver uma tal audácia, ajunta ele, infalivelmente será consumido pelo fogo da vingança divina. Que Deus nos guarde pois, diz ele ainda, de virmos adorar no altar o ídolo da impureza, e colocar o Filho da Virgem no templo de Vênus, isto é, num coração impudico. Se aquele homem do Evangelho, continua o mesmo Santo, por se ter apresentado no festim sem a veste nupcial, foi condenado às trevas eternas, — que castigo bem mais terrível está reservado para quem, admitido à sagrada mesa, não só não se encontra preparado com o vestido conveniente, mas até exala o cheiro infecto da impudicícia?
DESGRAÇADO, exclama S. Bernardo, O QUE SE AFASTA DE DEUS, MAS MUITO MAIS DESGRAÇADO O PADRE, QUE SE APROXIMA DO ALTAR COM A CONSCIÊNCIA MANCHADA. Falando um dia o Senhor a Sta. Brígida a respeito de um padre sacrílego, disse-lhe que entrava na alma dele como Esposo, com desejo de o santificar, mas pouco depois se via obrigado a sair como Juiz, para castigar a injúria que lhe fazia este ministro indigno, recebendo-o em estado de pecado mortal.
Mas, se o horror do ultraje, ou para melhor dizer, dos numerosos ultrajes que faz a Deus uma missa sacrílega, não pode impedir esses padres culpados de celebrarem em estado de pecado mortal, deveriam eles ao menos tremer com o pensamento do grande castigo, que lhes está preparado. Segundo S. Tomás de Vilanova, não há castigo bastante rigoroso para punir um tal crime como ele merece: = Vae sacrilegis manibus, vae immundis pectoribus impiorum Sacerdotum! Omne supplicium minus est fragitio quo Christus contemnitur in hoc sacrificio. O Senhor disse a Sta. Brígida que tais padres são amaldiçoados por todas as criaturas no Céu e na terra.
Como noutra parte dissemos, o padre é um vaso consagrado a Deus; portanto, assim como Baltasar foi punido por ter profanado os vasos do Templo, do mesmo modo, diz Pedro de Blois, será punido o sacerdote, que celebra indignamente. Já uma mão misteriosa se prepara para traçar estas palavras terríveis: Máne, Thécel, Farés. Numeratum, Appensum, Divisum. Numeratum, quer dizer, um só sacrilégio basta para suspender a torrente das graças divinas; Appensum, é bastante para fazer pender a balança da justiça divina, e decidir a ruína eterna do padre culpado; Divisum, Deus, irritado por um crime tão atroz, o repelirá e afastará para sempre. É assim que se há de cumprir a palavra de Davi: Torne-se em ruína sua a mesa posta diante deles. Sim, o altar há de tornar-se para este desgraçado o lugar do seu suplício; ali será carregado com as cadeias que hão de retê-lo para sempre escravo do demônio, fazendo-o perseverar no mal; porque, segundo S. Lourenço Justiniano, todos os que comungam em pecado mortal permanecem mais obstinados na sua malícia. Isto está de acordo com o que o Apóstolo declarou: O que come e bebe indignamente, come e bebe a sua própria condenação. Ó padre do Senhor, exclama sobre este ponto S. Pedro Damião, vós, que deveis oferecer em sacrifício ao Padre eterno o seu próprio Filho, não vades primeiro dar-vos como vítima ao demônio!




Fonte: Livro: “A SELVA”, por Santo Afonso Maria de Ligório











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