quarta-feira, 2 de abril de 2014

Dez Dicas de Santidade (São Vicente Pallotti).





Dez Dicas de Santidade (S. Vicente Pallotti).


Dez Dicas de Santidade no Caminho Espiritual

1.Dedicar um tempo de oração pessoal todos os dias

Temos que falar com Jesus para descobrirmos a sua santíssima vontade. Na oração, conhecemos melhor a Deus e a nós mesmos. Devemos ser generosos com Deus e dedicar 30 ou 15 minutos de diálogo, contemplação ou meditação. A oração bem feita ajuda-nos a começarmos o dia alegres e dispostos a reavivar a fé e o amor.

2.Escolher uma intenção para cada dia

Oferecer nossas orações, nossos esforços e nossos trabalhos do dia. Podem ser intenções particulares como uma pessoa doente, pela conversão dos pecadores ou pela santificação dos sacerdotes e seminaristas, etc. Quando nos concentramos numa intenção concreta, se torna mais fácil rezar.

3.Rezar o Rosário ou o Terço todos os dias

Ao rezarmos o terço ou o rosário todos os dias, confiamos mais diretamente na presença e no auxilio de nossa Senhora em nossas vidas, em nossas decisões e em nossos problemas e desafios de cada dia. Assim no rosário meditamos os principais mistérios de nossa fé. Os frutos de nossas orações: alegria espiritual, paz, iluminação de nossa mente, dependem do modo como rezamos. Devemos rezar bem.

4.Ler a bíblia todos os dias (Lectio Divina)

A Palavra de Deus deve ser o alimento Principal de nossa vida de oração. É a luz da Palavra de Deus que nos guia pela estrada da felicidade verdadeira. Se não tomarmos cuidado corremos o risco de sabermos mais de futebol, de novela, de internet do que de Jesus Cristo o Filho de Deus.

5.Conhecer os mandamentos e as promessas que Deus fez ao seu povo

Isso é o mínimo para um discípulo de Cristo. Seria uma vergonha dizermos que somos cristãos e não sabermos nem mesmo os dez mandamentos. Quem conhece e medita os mandamentos e as promessas do Senhor evita as decisões que conduzem ao pecado que é o grandeinimigo de nossa salvação. È de grande proveito e de grande paz interiorsaber discernir bem entre o que agrada e o que ofende a Deus.

6.A confissão mensal

Ajuda-nos a manter pura e limpa nossa alma e a não relaxar no nosso combate contra o pecado. Ajuda-nos a vencer nossos vícios mais enraizados e a formar melhor nossa consciência. Se percebêssemos o grandioso valor da confissão, na qual são perdoados nossos pecados, seriamos mais fortes na fé e mais penitentes.

7.Fazer mortificações

É necessário porque nos ajuda a dominarmos nossos instintos humanos que tantas vezes nos arrastam para o pecado. Todos, sabemos que “a carne é fraca” por isso é preciso observar as ocasiões que temos durante o dia para fazer alguma renúncia. Todo sacrifício que suportamos durante o dia deve estar unido ao sacrifício de Cristo na Cruz pois assim se transforma em salvação para muitas almas. O jejum é um meio simples e eficaz de por em prática este espírito de penitencia e renúncia por um bem maior.

8.A caridade para com o nosso próximo

O que nos torna mais semelhantes a Jesus é o amor que temos a Deus e aos nossos irmãos. “A caridade de Cristo nos impele”. Devemos estar atentos para ajudar os que nos rodeiam, sejam nas suas necessidades materiais ou nas suas necessidades espirituais com uma presença amiga, orante e solidária. Se não pusermos em prática o novo mandamento do amor não seremos verdadeiros discípulos de Cristo. “Se vocês tiverem amor uns para com os outros, todos reconhecerão que vocês são meus discípulos.” (Jo 13, 35)

9.Fazer pequenos atos de humildade

Todos temos em nós a tendência para o orgulho, a tendência de enxergarmo-nos melhores que os outros e cheios de direitos e razões diante dos que nos rodeiam. A humildade é uma virtude, pois sempre que nos humilhamos em ações concretas conhecemos o nada que somos e o muito que é Deus. “Eu sou nada e pecado” (são Vicente Pallotti). Não podemos esquecer o exemplo que Jesus deixou quando lavou os pés dos discípulos. Ele nos ensinou a repetir sempre esse gesto de humildade que expressa o nosso serviço aos irmãos. “O Filho do Homem veio para servir e não para ser servido” (Mt 20,28).

10. Exame de consciência diário

Através do exame de consciência diário vamos nos conhecendo melhor. Quais os nossos vícios, nossos defeitos, em quais atitudes durante o dia faltei com amor, com o respeito, com a humildade? É importante terminar o exame de consciência com um pequeno ato de contrição pedindo a Deus o seu perdão e sua misericórdia pelas faltas que cometemos ao longo do dia.

Ato de Contrição

Meu Pai, pequei contra Vós. Já não sou digno de ser chamado Vosso filho. Tende Piedade de Mim, sou pecador. Quero fazer todo o esforço de não pecar mais. Amém.

Oração de S.Vicente Pallotti

Meu Deus, amor infinito de minha alma, alimento e sustento eterno, infinito, imenso, incompreensível da minha pobre alma, tu vês quando sou fraco, deformado, chagado, porque não me alimentei de ti, como podia e devia. Ao Contrário, andei alimentando a minha alma de pensamentos, desejos e afetos, todos terrenos, brutais, de morte e de morte eterna e abandonei com horrível ingratidão, a ti, que és o alimento da vida eterna. Concede-me a graça de uma perfeita contrição da minha ingratidão e de todos os meus pecados e a graça de levar uma vida toda desapegada dos prazeres terrenos e toda entregue à prática da santa oração e meditação e fazer a tua santíssima vontade em todos os meus deveres, a fim de manter a minha alma sempre preparada, disposta e apegada a Ti Pai, Filho e Espírito Santo e a todos os teus infinitos atributos e ser eu transformado em Ti de modo que chegue a ser semelhante a ti na glória. Amém. (SV. Pallotti).

Vida de São Vicente Pallotii
Pallotti viveu numa época agitadíssima e tumultuada. Seus 55 anos de vida (21 de abril de 1795 — 22 de janeiro de 1850) enquadram-se entre duas trágicas revoluções: a francesa (1789) e a romana (1848).

São Vicente Pallotti é filho de Pedro Paulo Pallotti e de Maria Madalena de Rossi. Que casaram-se em 1790. Tiveram 10 filhos.
Vicente Pallotti veio ao mundo na noite de 21 de abril de 1795. No dia seguinte era batizado na Basílica de São Lourenço, recebendo o nome de Vicente Luiz Francisco. O nome dado a Pallotti, tem como origem e destaque o nome de três grandes santos. Certamente Pallotti fez jus ao nome que recebeu. Vicente (São Vicente Ferrer, que se destaca por ser um homem penitente), Luiz (São Luiz de Gonzaga, sua grande pureza virginal), e Francisco (São Francisco de Assis, por sua pobreza).
Vicente nunca deixou de se penitenciar, jejuar, mesmo sabendo que tinha uma saúde muito frágil.
Pallotti, desde muito novo, demonstrou a sua vocação para a santidade. Apresentou, porém, traços especiais que mostram o seu desejo de servir a Deus como sacerdote. Muitas vezes brincava sozinho, construía altarzinhos e outros objetos religiosos. Seu passeio preferido era levar os irmãos à igreja e, diariamente, seguindo o exemplo de seus pais, não deixava de fazer as suas orações pessoais.
Aos seis anos inicia os seus estudos escolares.
Em 1810, com 15 anos, Pallotti iniciou os seus estudos seminarísticos. Devido à Revolução Francesa, que causou o fechamento de muitos seminários, ele fez todos os seus estudos eclesiásticos vivendo com os seus pais.
No dia 15 de abril de 1811, com 16 anos, Pallotti recebeu a tonsura clerical, recebendo, assim, também o direito de usar o hábito eclesiástico, hábito que buscou fazer de pano grosseiro e não de seda, como muitos clérigos.
Com 21 anos, após um longo retiro na casa de Retiros dos Padres Lazaristas no Monte Cítório, no dia 21 de setembro de 1816, recebe a ordem do Subdiaconato.
Foi durante esse período que Pallotti inicia o seu Diário Espiritual, onde apresenta todos os seus desejos, propósitos, aspirações e o seu diálogo com o Criador. Nele Pallotti cita a sua indignidade de receber esta ordem, mas acredita no amor e na piedade de Deus. O período dos escritos vão de 1816 até 01 de dezembro de 1849.
No dia 30 de setembro do ano seguinte, recebe a ordem do Diaconato. E inicia assim a preparação para a ordenação sacerdotal.
No dia 16 de Maio de 1818, com 23 anos de idade, foi ordenado sacerdote da diocese de Roma, na Basílica de São João de Latrão, em Roma. Sua primeira missa foi na igreja de Jesus, em Frascati.
Morou com os seus pais até a morte de ambos (a mãe 1827 e o pai 1837), quando se mudou para a igreja do Espírito Santo, dos napolitanos; mais tarde foi para a igreja de San Salvadore in Onda, onde já se encontrava o centro da sua Obra, a Pia União.
Pallotti foi orientador espiritual, confessor (inclusive do papa), pregador de retiros, professor, capelão de hospitais, presídios e quartéis, orientador de orfanatos, colaborador de missões, auxiliou e organizou várias obras e casas de caridade, enfim, teve um ardor apostólico incansável. Pode-se pensar que Pallotti, pelas várias atividades que desenvolveu, tenha sido um ativista, porém, ele tinha um grande companheiro de trabalho e inspirador, Jesus Cristo, a quem ele todos os dias sabia entregar o seu trabalho.
Certo dia, voltando de uma longa jornada de atendimento de confissões, encontrou um mendigo na rua passando frio; retirou o seu manto e o deu ao mendigo. Como conseqüência, acabou contraindo um forte resfriado, que resultou em um ataque pulmonar.
No dia 22 de Janeiro de 1850, às 22h 45 min, junto com seus irmãos de Congregação, morreu Vicente Pallotti, com 55 anos incompletos.A notícia se espalhou rapidamente por toda Roma e uma grande multidão de pessoas, de todas as classes e lugares de Roma, chorou pela morte de um santo.
Beatificação e canonização
Em 1852 foi instaurado o processo de beatificação de Pallotti. O resultado foi favorável, recebendo, em 13 de janeiro de 1887, o título de Venerável. Iniciou-se, assim, o processo de Beatificação.
Durante a vida buscou sempre se fazer oculto para acentuar a grandeza de Deus. Contudo Deus não desejou o mesmo a Pallotti, pois em 1906, quando se abriu o túmulo de Pallotti, este estava incorrupto.
Para se tornar beato faltavam dois milagres, que com muita facilidade se fizeram conhecidos:
*Cura instantânea de Alexandre Lutri, menino de 9 anos que caiu do corrimão da sua casa batendo a cabeça, fraturando o crânio.
*Cura instantânea de uma mãe de família, Margarida Sandner. Ela tinha uma esclerose difusa que a mantinha numa cadeira de rodas durante dezesseis anos e teve cura instantânea.
A cerimônia de beatificação realizou-se do dia 22 de janeiro de 1950, cem anos após a sua morte.
Depois disso, além de se fazer todo estudo da vida e apostolado cristão de Pallotti, eram necessários mais dois milagres para Pallotti ser reconhecido por toda Igreja como um santo de Deus.
*Cura milagrosa de Ângelo Bolzarani, agricultor, residente em Roccasseca dos Volscos, na Itália. Sofrendo de uma fístula carbunculosa, que o estava levando à morte, ao beijar uma relíquia do santo, em poucos dias se curou.
*P. Adalberto Turowski, na época Reitor Geral dos palotinos. Em 1950, ao ser submetido a uma operação cirúrgica, sofreu uma infecção com insuficiência cardíaca. Sendo desenganado pelos médicos, fez-se uma novena pela intercessão do fundador e em poucos dias estava em casa.
A cerimônia de canonização realizou-se no dia 20 de janeiro de 1963, na basílica de São Pedro, pelo papa João XXIII.



São Vicente Pallotti, desde jovem, teve uma grande devoção a São Francisco de Assis; quis ser capuchinho, mas a sua débil saúde, as oposições do pai e do confessor convenceram-no a entrar no clero secular. Sorte para nós. O resto da história nos é conhecido. Mas ele fez o propósito de viver como capuchinho no clero secular; até 1839 dormiu cada noite vestido com o hábito capuchinho, no chão, sobre um cobertor, tendo uma pedra como travesseiro. Por ordem médica suspendeu este costume, mas todos puderam ver no seu quarto como era a sua cama.Esta opção pela pobreza franciscana começara antes. No dia 29 de novembro de 1816, festa de todos os santos Franciscanos, recebera o hábito de terciário franciscano e, no dia 15 de fevereiro de 1818, fizera a “profissão”. Tudo isto pouco antes de sua ordenação sacerdotal.

Em 1816 escrevera sobre a pobreza interior: “...o meu inimigo capital: o que não é total despojamento do intelecto e da vontade” e sobre a pobreza exterior “...tendo eu necessidade de um palmo de terra para descansar, de ar para respirar, de água para matar a sede, de alimento para sustentar-me, de um trapo para cobrir-me, que eu não encontre nada, inclusive me seja dado o mais tormentoso sofrer!”.

Causam espanto em São Vicente, desde jovem, a clareza da meta e a força das decisões. A sua pobreza é logo doação total de si mesmo aos irmãos mais necessitados; quisera ser “...luz para os cegos, voz para os mudos, ouvido para os surdos, pena macia para dar repouso aos membros cansados dos fatigados”. Sabemos que ele dedicou a sua vida a todos, mas sobretudo aos pobres. Era pobre e por isso compreendia a situação dos pobres. Sempre os amou, os acolheu, os compreendeu e escusou; não deu a eles somente esmolas, mas, nos limites do seu tempo, os educou, os instruiu e procurou trabalho para eles, ajudou-os de todos os modos até ser chamado, ao morrer, o pai dos pobres.

Ele pessoalmente comia pouco e frugalmente. Nunca se queixava do alimento nem dizia que estava bem preparado ou temperado; não comia fora de hora e, se comia, muitas vezes comia o pão dormido ou as sobras. Teria podido viver folgadamente, pois a sua família estava economicamente bem; mas ele quis fazer-se e ser pobre no vestuário e na alimentação, privando-se sempre de toda mínima comodidade.

Também no nosso Fundador as criaturas têm todas um valor e uma função positiva. Um texto entre muitos: “Procurai Deus em todas as coisas e o encontrareis em tudo: procurai-o sempre e encontrá-lo-eis sempre”. Somente quem é enormemente pobre pode entrever Deus nas coisas e nos acontecimentos.

Uma pobreza franciscana que ele queria presente na sua obra.

Nas casas para os sacerdotes e os leigos que pelas missões se consagravam a Deus com os votos, pedira o hábito dos Capuchinhos, as sandálias sem meias e a regra e o estilo de vida de São Francisco, e pedira que se considerassem não como possuidores mas como mendicantes. Também para as irmãs da Sociedade quis o hábito de São Francisco e por regra uma fusão daquelas de São Francisco com as dos sagrados retiros.
As casas da sua mínima Congregação deviam ter a forma e o estilo dos conventos dos Padres Capuchinhos: “Também as igrejas deverão resplandecer a santa pobreza, conforme a forma das igrejas dos RR. PP. Capuchinhos”.

Considerava a pobreza como um dos sinais de reconhecimento do divino em nosso meio. O espírito de pobreza começava com a escolha do lugar e do ambiente mais pobre; pobreza nos móveis, nos quartos e na mesa, sempre unida à frugalidade e à temperança. A mínima Congregação devia ser considerada por todos como a primeira dos pobres e a comunhão de bens como o instrumento livre para que as eventuais diferenças econômicas ou sociais iniciais dos membros desaparecessem no dom total de si mesmos a Deus, aos irmãos e ao apostolado e por isso na igualdade.

Alguém disse: o catolicismo de amanhã ou será pobre ou não existirá.

A pobreza tem duas faces distintas, mas não separadas: uma interior, aquela do espírito, e a outra voltada para a sociedade e para a história.

A pobreza de espírito é o fundamento. Ela revela logo se optamos por Deus e que opção fizemos, opção esta que deve externar-se em atitudes concretas.

A pobreza é, antes de tudo, disponibilidade. É ter colocado em Deus toda segurança, ter-lhe dado ao menos a possibilidade de agir na nossa vida. Ser pobre significa ter renunciado a tantas certezas e seguranças; a fé não pode ser hoje uma apólice de uma companhia divina de seguros. Pobreza, em vez disso, quer dizer ter tantos pontos de interrogação que, na tradição hebraica, quando encontram uma resposta, se abrem para outra pergunta. Tudo isto não em contraste com o dever de anunciar a boa notícia do Evangelho. A pobreza diz respeito somente ao modo justo.

A pobreza, enfim, se refere também aos meios; são necessários, mas não o são todas as implicações e as alianças que, por exemplo, o dinheiro procura. Abundância, consumismo e desperdício não convêm a quem escolheu a pobreza; porque ser e viver como pobre é também cada dia dar-se conta dos irmãos necessitados para partilhar a sua condição.

Sobre a pobreza somos todos incentivados ou desafiados a andar contra a corrente pela palavra admoestadora de Jesus: “É mais fácil que um camelo passe pelo fundo de uma agulha que um rico entre no reino dos céus”.

Que São Francisco e São Vicente nos ajudem a ser pobres e a viver todas as nossas opções pessoais e apostólicas no espírito da Santa Pobreza, para assemelhar-nos mais Àquele que era rico e se fez pobre 
por nós. Amém.

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